Após 50 anos, Geraldo
Vandré volta a subir
no palco em Concerto
Especial na Paraíba
A Paraíba está fazendo história. Ao aceitar o convite do governador
Ricardo Coutinho, o cantor e compositor Geraldo Vandré quebra 50
anos de silêncio artístico ao se apresentar em sua terra natal ao lado
da Orquestra Sinfônica da Paraíba. O concerto/recital acontecerá nos
dias 22 e 23, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço
Cultural José Lins do Rêgo.
O evento será dividido em dois atos. No primeiro, Vandré sobe ao palco
acompanhado da pianista Beatriz Malnic, com quem executa seis peças
para piano compostas pela dupla. Já no segundo ato, a Orquestra
Sinfônica da Paraíba, acompanhada do Coro Sinfônico do Estado,
executará composições do homenageado, como: Caminhando/Pra
não dizer que não falei de flores, À Minha Pátria, Mensageira e Fabiana.
Vandré promete ainda no calor da emoção recitar poemas de sua autoria:
“Pode ser ainda que entre uma apresentação e outra eu recite alguns de
meus poemas. Vai depender da emoção do momento. Eu tenho noção da
importância desse concerto para o país”, afirmou.
“Este concerto/recital é uma pequena antologia da obra deste grande artista.
Mostra suas escolhas, sua dignidade e coerência”, afirma o secretário de
Estado da Cultura, Lau Siqueira, que diz ainda lançar em breve um livro com
produções inéditas de Vandré.
Os ingressos para os dois dias de apresentação serão distribuídos no dia 21
de março, a partir das 10h, no Espaço Cultural José Lins do Rêgo de forma
gratuita.
Sobre Geraldo Vandré – Geraldo Vandré é um dos artistas mais célebres
da música popular brasileira. Ganhou destaque ao compor canções como:
“Pra não dizer que não falei de flores”, “Disparada”, “Fica Mal com Deus”,
dentre outras.
Subiu ao palco pela última vez no Brasil, no auge de sua carreira, em 12 de
dezembro de 1968 – um dia antes da publicação do Ato Institucional nº5 (AI-5),
um ato que, entre outras atrocidades, suprimiu a liberdade de expressão no Brasil.
Depois de fazer o Maracanãzinho lotado cantar o refrão de “Para não dizer que
falei de flores”, passou a ser o artista mais requisitado, mas foi obrigado a sair do
Brasil. Tempos depois, os militares condicionaram sua permanência no país ao
compromisso de não cantar músicas de protesto. Ele respondeu com um silêncio
absoluto, e desde então passou a ser conhecido como um “mito da MPB”.
Com WSCOM
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